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quinta-feira, 7 de maio de 2015

O drama do ateísmo

Um astronauta foi abandonado em um estéril pedaço de rocha perdido no espaço sideral.

Ele trazia consigo dois frascos, um deles com veneno e o outro tinha uma poção que o faria viver para sempre. Ao perceber o futuro que
o aguardava, ele tomou o frasco de veneno. Mas, para seu horror, o pobre homem descobriu que havia tomado o frasco errado: ele tinha
tomado a poção da imortalidade! E isso significava que estava condenado a viver para sempre uma vida sem sentido, sem fim.



Sua vida segundo o ateísmo
  • "Você descende de um célula minúscula formada a 3 bilhões e meio de anos num planeta sem vida, em meio a tempestades, radiações e outras intempéries.
  • Você é o produto cego  e arbitrário do tempo, acaso e das forças naturais.
  • Você é um mero amontoado de partículas atômicas, um conglomerado de material genético.
  •  Você existe em um planeta minúsculo em um sistema solar minúsculo, em um canto  do universo. 
  • Você é uma entidade puramente biológica, diferente apenas em nível, de um micróbio, vírus ou ameba, ou ainda,  de um rato de esgoto.
  • Você não tem essência além de seu corpo e, na morte deixará de existir por completo.
  • Sua vida não têm sentido, Sentido tem a ver com  significado, com o porquê algo importa. Você tem o mesmo destino de um enchame de moscas ou de baratas, de um ninhada de ratos,  a morte. O mesmo processo cósmico cego, do qual eles  resultaram,vai, no fim de tudo, tragá-los de volta.

  • Sua vida não tem Valor: Se a vida termina no túmulo, então não faz a menor diferença se você vive como um Stalin,  Hitler ou como madre Teresa de Calcutá. Uma vez que seu destino não tem qualquer relação final com seu comportamento, você pode  perfeitamente viver como bem entender. Como disse certa vez Dostoiévski: “Se Deus não existe [...] então tudo é permitido.” Os valores morais são subjetivos, gosto pessoal, e não objetivos.
  • Sua vida não tem Propósito: tem a ver com a finalidade, com a razão de algo existir.  Se Deus não existe, você é simples fruto do acaso, e vai para a morte, a aniquilação, ao estado de não existência. Enfim você se tornará em nada, apenas seu corpo voltará ao pó.   Portanto, se Deus não existir, isso significa que o ser humano e o universo existem sem um propósito — uma vez que o fim de tudo é a morte — e que vieram a existir sem propósito algum, uma vez que são meras obras do acaso. Em síntese, a vida é algo completamente sem razão.

domingo, 3 de maio de 2015

Argumento Teleológico ou do Design



DEFINIÇÃO:
  • A precisão com a qual o Universo veio a existir nos dá provas ainda mais persuasivas sobre a existência de Deus. 
  • Essa evidência, tecnicamente conhecida como argumento teleológico, tem seu nome derivado do termo grego telos, que significa "plano".


EXPOSIÇÃO:
  •  O argumento teleológico apresenta-se da seguinte maneira:
1. Todo projeto tem um projetista.

2. O Universo possui um conceito bastante complexo.

3.  Portanto, o Universo teve um Projetista. 
              

                                   OU

1. O ajuste preciso do universo se deve ou a uma necessidade
física ou ao acaso ou ao design. (para ver ajuste preciso click  http://lordisnotdead.blogspot.com.br/2015/05/principio-antropico-ou-sintonia-fina-do.html )

2. O ajuste preciso do universo não se deve a uma necessidade
física ou ao acaso. (ver abaixo)

3. Logo, ele se deve ao design. argumento do design não está tentando explicar porque este universo em particular existe.
Antes, ela tenta explicar porque um universo que admite a existência de vida existe.



DISCUSSÃO:

Necessidade física?
As constantes e as quantidades devem ter os valores que têm, de modo que um universo que não admite a existência de vida é algo fisicamente impossível.

  •  As constantes não são determinadas pelas leis da natureza. Então, como elas não poderiam ser diferentes? 
  • Além disso, as quantidades arbitrárias são apenas condições-limite nas quais as leis da natureza operam. Nada  parece fazê-las necessárias.  
  • Mas não há prova alguma de necessidade física, isso é mera especulação.
  •  A candidata mais promissora a uma teoria da unificação (teoria que unificaria as quatro forças básicas da natureza (gravidade, a força nuclear fraca, a força nuclear forte e o eletromagnetismo) em uma única força carregada por um único tipo de partícula desse tipo que se conhece até hoje, a chamada teoria M ou teoria da supercorda somente funciona se existirem onze dimensões. 
  • Mas a própria teoria simplesmente não consegue explicar por que esse número específico de dimensões deve existir.
  • Além do mais, a teoria M não prevê unicamente um universo que admita a existência de vida. Ele permite uma vasta gama de cerca de 10 elevado  a 500 diferentes universos possíveis, todos consistentes com as mesmas leis, mas com variações nos valores das constantes da natureza. Quase todos esses possíveis universos não admitem a existência de vida. Assim, é necessária uma explicação do por que, dentre todas essas possibilidades, existe um universo que admite a existência de vida. 
  • Não podemos dizer que universos que admitem a existência de vida são fisicamente necessários, uma vez que, ao menos com base na teoria m , isso claramente é falso.
  •  Logo, não há evidências de que um universo que admite a existência de vida seja algo fisicamente necessário. Muito pelo contrário, toda a evidencia indica que universos que não admitem a existência de vida não são apenas possíveis, mas também bem mais prováveis do que qualquer universo que admite a existência de vida.

Acaso?
 Segundo esta alternativa, é um mero acidente o fato de que todas as constantes e quantidades caiam no âmbito em que se admite a existência de vida. Nós basicamente somos uns sortudos!
  • Um efeito não pode ser maior que sua causa. A Causa dos seres inteligentes deve ser inteligente. Ela não pode conceder perfeições que não tem para dar
  • Não é científico falar que o acaso causou os padrões incrivelmente complexos e inteligentes encon- trados na estrutura da vida e do universo. Apenas a intervenção inteligente explica adequadamente a organização do DNA no organismo mais simples.
  • O acaso é apenas uma descrição estatística da probabilidade dos eventos. Apenas forças ou poderes podem causar eventos. O acaso apenas descreve a probabilidade de uma força (ou forças) produzirem determinado evento.
  • O acaso não pode ser uma causa nos termos do argumento cosmológico. O acaso não é um poder, por isso não pode causar nada.
  • O problema fundamental que temos aqui é que as chances de que o universo que existe acontecer de admitir a existência de vida são tão remotas que essa alternativa se torna não razoável.
Objeções:

1. Não faz sentido falar da probabilidade de um universo precisamente ajustado existir porque só existe, afinal, um único universo. Assim, não podemos dizer que um dentre cada dez  universos, por exemplo, admite a existência de vida. È improvável que o universo deva admitir a existência de vida, pois existe um número imensamente maior de universos que não permitem a existência de vida do que o oposto, ou seja, universos que a permitam.Mas o acaso fez com que o universo que tivesse vida viesse a existir.

Ilustrações da loteria. Em uma loteria em que todos os bilhetes estejam vendidos, é incrivelmente improvável de que alguém ganhe, contudo alguém tem que ganhar! Não se justificaria que um ganhador, qualquer que fosse ele, dissesse: “As chances de que eu não ganhasse eram de 20 milhões contra 1. Mas ainda assim eu ganhei! ".

Do mesmo modo, algum universo que esteja fora da escala dos universos possíveis tem que existir. O ganhador dessa loteria do universo também não teria justificativas para pensar que, porque o universo dele existe, isso deve ser fruto do design, e não do acaso. Todos os universos são igualmente improváveis, mas um deles, por acaso, tem que vencer.
Resposta:
  • O argumento do design não tenta explicar porque este universo em particular existe (porque uma bola na loteria seja retirada). Antes, ele explica porque um universo que admite a existência de vida existe, (porque a bola certa foi retirada), ao invés de ter existido um universo que não a permitisse. A analogia da loteria está equivocada porque ela se volta unicamente para o porquê de uma única pessoa ter ganhado. E na realidade numa loteria todas as pessoas tem chance de ganhar, ainda que a chance seja extremamente pequena, logo pelo menos u uma pessoa tem de ganhar. 
  • A analogia correta seria a de uma loteria em que dentre bilhões de bolas brancas estivessem todas misturadas com uma única bola preta, e alguém lhe diria que uma bola seria aleatoriamente tirada do meio de todas as outras. Se a bola retirada fosse a preta, você poderia viver; se fosse uma das brancas, você seria morto.
  • Assim, segundo a analogia correta, estamos tentando entender por que, a despeito de todas as chances contrárias, você pegou uma bola que permite a existência de vida, e não o contrário. E essa questão não é tratada quando se diz apenas: “Ora, alguma bola tinha que ser escolhida!”.
  • Do mesmo modo, dentre  a astronômica probabilidade de surgir um universo que não permitisse vida, surgiu um universo que a permite. Assim, ainda precisamos de uma explicação do por que um universo que permite a existência de vida existe.
2. Se existe infinitos, ou mesmo um número grande mas finito, de universos; nosso universo não passa de um elemento integrante de um conjunto de mundos ou “multiverso” aleatoriamente ordenados. Se todos esses universos realmente existirem, então, por puro acaso outros mundo que permitem a existência de vida irão aparecer em algum lugar desse conjunto de mundos. E uma vez que apenas universos que têm um ajuste preciso terão observadores, quaisquer observadores que existam nesse conjunto de mundos naturalmente observarão que o seu respectivo mundo goza de um ajuste preciso.Portanto, nenhum apelo ao design é necessário para explicar o ajuste preciso, E puro acaso.
Resposta:
  • A teoria do multiverso é apenas uma teoria que não pode ser testada. (ver link abaixo)
  • Matematicamente falando é impossível que haja infinitos universos. (ver link abaixo)
  • Os múltiplos universos previstos por esta teoria não abarcam a possibilidade de vida (ver Multiverso http://lordisnotdead.blogspot.com.br/2015/04/existe-o-multiverso-ele-descarta-deus.html)
  • mesmo que fosse possível haver outros universos, precisariam de um ajuste refinado para ter início, assim como o nosso Universo teve (lembre-se da extrema precisão do Big Bang que descrevemos no último capítulo). Assim, postular a idéia de múltiplos universos não elimina a necessidade de um Projetista — na verdade, isso multiplica a necessidade de ter um!
  • A hipótese dos muitos mundos é na verdade um elogio às avessas ao design. Se assim não fosse, cientistas sérios não estariam se reunindo para adotar uma hipótese tão especulativa e extravagante quanto essa dos muitos mundos, a não ser que eles se sentissem absolutamente obrigados a fazê-lo.

CONCLUSÃO:
 Das três alternativas citadas — a necessidade física, o acaso e o design — a mais plausível da  três é a do desing.



Fontes: 
1- Enciclopedia de Apologetica. Norman Geisler. Editora Vida.
2-Não tenho fé suficiente para ser ateu. Norman Geisler. Editora Vida,2006.
3-Em guarda. W.L. Crage. Editora Vida Nova, 2011



sexta-feira, 24 de abril de 2015

Prova pela razão suficiente

1- Tudo que existe tem uma explicação para existir, seja essa explicação uma necessidade
da própria natureza da coisa ou uma causa externa.
(a) as que existem necessariamente existem por uma imposição ou necessidade de sua própria natureza.
Para elas é impossível não existir. Muitos matemáticos acreditam que os números, os conjuntos e outros entes da matemática pertencem a essa classe de coisas. Eles não são causados por outra coisa; apenas existem pela necessidade de sua própria natureza. e (b) as que são geradas por alguma causa externa.

(b) as coisas que tem sua existência causada por outra não existem necessariamente. Elas existem porque algo além delas as gerou. Objetos físicos conhecidos, como as pessoas, os planetas
e as galáxias pertencem a essa categoria de coisas.

è bom lembra que a própria cosmologia busca a explicação para a existência do universo. Logo é inegável esta primeira premissa.

2- O universo existe, e portanto tem uma razão de sua existência.


  •  È bom lembra que a própria cosmologia busca a explicação para a existência do universo. Logo é inegável esta primeira premissa.


3- A razão do universo existir não está em sua própria natureza.
1-Pois a causa do universo está além do espaço tempo sendo imaterial, atemporal e não física.
  • o universo é toda  a realidade do espaço-tempo, inclusive toda a matéria e energia.  Segue-se que se o universo tem uma causa de existência, essa causa deve ser um ser não físico, imaterial, que esteja além do tempo e do espaço
  • Ora, existem somente duas coisas que se encaixam nessa descrição (além do espaço- tempo) um objeto abstrato, como um número, ou uma mente sem corpo físico. Porém, objetos abstratos não causam nada. O numero 5, por exemplo, não pode causar nenhum efeito. 
  • Logo, a causa da existência do universo deve ser uma mente transcendente, e é isso que se denomina Deus.
2-  O universo não tem em si a razão de sua existência. 

  •  As estrelas, planetas, etc. na realidade, em algum momento do passado, quando o universo era muito denso, nenhuma delas existia. 
  • Ninguém pensa que cada partícula subatômica do universo exista por uma necessidade de sua própria natureza. Segue-se que o universo, composto de  partículas elementares, também não existe por uma necessidade de sua própria natureza. 
  • A ciência mostra que  os elementos fundamentais que constituem a natureza poderiam ter sido substâncias inteiramente diferentes das partículas subatômicas que hoje temos. (ver princípio antrópico)

 4- Logo a razão do universo existir está em Deus

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Prova pela causa primeira- Mutabilidade, Causalidade eficiente e Contingência e constatações científicas




Argumentos Cosmológicos da Existência de Deus:
Existem 2 tipos de argumentos cosmológicos:

1- Horizontal- argumenta a partir da origem do universo. Estes são os 3 argumentos da causa primeira de Tomás de Aquino

2-Vertical --argumenta a partir da contingência, (e da mutabilidade do universo). Este é o argumento chamado kalam (eterno- em árabe)


O argumento cosmológico existe em duas formas básicas: a horizontal e a vertical.

O argumento horizontal, conhecido como argumento “kalam” (palavra árabe com significado de “eterno ”), defende a existência de um Iniciador para o universo. Teologia sistemática. Norman Gesiler. rio da Janeiro: CPAD, 2010,p. 23

A forma horizontal do argumento cosmológico argumenta a partir da origem passada do universo até uma Causa Original (Primeira) para ele. Em contraste, a forma vertical do argumento cosmológico inicia com a contingência presente existente do cosmos e insiste que precisa haver um Ser atualmente Teologia sistemática. Norman Geisler. rio da Janeiro: CPAD, 2010,p. 25


Argumento Cosmológico Horizontal- kalan


Argumentos Cosmológicos Verticais- Tomaz de Aquino  ( adaptados aos conhecimentos de Astrofísica modernos):





A.     CAUSA PRIMEIRA
Parece haver uma forma básica por trás de todos  argumentos da causa primeira que têm apenas pontos de partida diferentes. 
Cada argumento começa com alguma característica de existência (mudança, causalidade, contingência) e depois argumenta a favor de uma Causa Primeira:

1. Alguns seres dependentes existem.
2. Todos os seres dependentes devem ter uma causa para sua existência dependente.
3. A regressão infinita de causas existencialmente dependentes é impossível.
4. Logo, deve haver uma Causa Primeira não causada da existência de todo ser dependente.

5. Esse Ser independente é igual ao “Eu Sou” das Escrituras, o que explica a impossibilidade de existir mais de um ser absolutamente necessário e independente do qual tudo depende para existir.


1-PROVA PELO MOVIMENTO (MUTABILIDADE)

1a-Constatações Científicas
Lei de Lavousier: "Na Natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma".
Lei da conservação da energia- "A quantidade de energia total do universo é constante"

1b- Argumento



É inegável a presença do movimento (MUTABILIDADE), isto é, a passagem de potência (aptidão para tornar alguma coisa) para ato (estado do ser que recebeu a perfeição para a qual estava em potência), em suas diversas formas: o movimento local que é a passagem de um lugar para outro; o movimento interior na qual uma substância se transforma quantitativamente ou qualitativamente(mudança essencial); e ainda a mudança acidental (aquela que não afeta a essência ), por exemplo, a troca da cor de uma parede.

 Toda coisa que está em movimento é movida por outra, direta ou indiretamente (Nada passa da potência ao ato senão sob ação de uma causa que já está em ato, o que significa que nada pode ser a causa de si mesmo). Então, torna-se necessário chegar a um primeira causa, que não sofre a ação de outra.  Ainda que se admita a eternidade da matéria ou energia, ainda assim  se exigiria um primeira causa. Essa causa imóvel chamamos de Deus. Essa imobilidade implica uma perfeição infinita, uma plenitude de ser absoluta e assim eternidade, imutabilidade. Daí vem a famosa frase: Deus é puro ato

Objeções:
1.      B.R. Tilghman argumenta que “Tomás não se refere a uma causa que fez a primeira coisa entrar em movimento e que, depois, parou de agir...Imaginemos Deus girando a manivela que faz a esfera das estrelas fixas girar, e que esse movimento seja, por sua vez, transmitido às esferas interiores e, sucessivamente até tudo que existe no mundo. Se assim for, Deus está continuamente pondo energia no mundo. Mas não podemos aceitar essa conclusão. Um princípio fundamental das ciências naturais é a lei da conservação da energia, que afirma que a quantidade de energia no mundo é constante. A física e a química têm essa lei como um dos seus pressupostos. Se ela não fosse verdadeira, seria impossível haver essas ciências. Como essas ciências existem, descrevendo e explicando com sucesso os fenômenos naturais, somos obrigados a rejeitar a concepção tomista.”  (Introdução `a Filosofia da Religião, p.68-69.)
2.      Jonh Rick argumenta: “ O ponto fraco do argumento, tal como Aquino desenvolveu... consiste na dificuldade de excluir, como impossível, um regresso sem fim de ocorrências que não necessitam de um princípio”  “O argumento apresenta, com efeito, o dilema: ou há uma primeira causa, ou o universo é, enfim, ininteligível; mas isso não nos impele a preferir uma ponta do dilema ao invés da outra.” (Filosofia da Religião, p.35-36)
3.      Kant argumenta: “Supondo que haja fora do mundo uma causa absolutamente necessária; senda esta o primeiro membro na série de causas das mudanças do mundo, começaria em primeiro lugar a existência destas mudanças e de sua série. Ora seria necessário então que ela começasse a agir e sua causalidade cairia no tempo, por conseguinte no conjunto dos fenômenos, isto é, no mundo. Donde se segue que a própria causa não estaria fora do mundo, o que é contrário à hipótese”
4.      Alguns argumentam que se os elementos do universo estivessem em causalidade recíproca, a matéria transformando-se em diversas energias para voltar em seguida ao seu estado original e recomeçaria o ciclo indefinido de suas transformações, portanto não requerendo um primeiro motor.
5.      O argumento, apenas provaria, no melhor dos casos, que a primeira causa existe, não que essa primeira causa seja Deus. Em vez disso, a primeira causa poderia ter sido qualquer um dos milhares de deuses diferentes em que os seres humanos acreditam ou, talvez, um em que um ser humano nunca tenha pensado. De fato, o argumento da primeira causa abre a possibilidade de que tenha existido um Deus que criou o universo (ou talvez muitos deuses), mas que agora Deus esteja morto.

Refutação às objeções:
1.       
·        B.R Tilghman inicia sua crítica expondo o exemplo da física aristotélica, que já está superada, e afirma que “se assim for” Deus está continuamente pondo energia no mundo. A questão é que mesmo que Tomás afirmasse isso, o que de fato não faz (o autor reconhece em outro lugar: “Santo Tomás nada diz sobre como Deus, o Primeiro Motor, produz seu movimento”Idem p. 68.), não seríamos obrigados a concordar com ele que Deus sempre põe energia no mundo. Pois como ele mesmo afirma a 1ª Lei da Termodinâmica nos ensina o contrário, assim a essência do argumento prevalece, pois o fato do movimento do mundo requer, como foi exposto acima, um primeiro motor.
·        Peguemos então a teoria do Big Bang, que afirma que de uma explosão todo o universo veio a existir. Neste caso o Universo passou de potência a ato, do menos complexo ao mais complexo. Ora todo efeito tem uma causa e assim a teoria do Big Bang “vale para esses estudiosos [homens respeitadíssimos nas ciências] como sinal de uma criação intencional e inteligente” Revista Superinteressante, janeiro de 2001, p.65.
2.     Jonh Hick afirma que nada nos leva a pensar que o universo não seja ininteligível, pois o Universo poderia ter uma série infinita e, portanto não necessitando de um princípio. Ora, se o universo estivesse em causalidade linear ainda assim essa causalidade se referiria a transmissão da causalidade e não à fonte desta, portanto exigiria ainda um primeiro motor, puro ato.

3.   O erro de Kant consiste em supor que o exercício da causalidade implica, como tal, movimento e mudança na causa (passagem de potência para ato). Ora, isto está excluído pela própria noção de causa: a causa eficiente primeira, aquela que produz o efeito, está necessariamente fora de mudanças que ela gera, já que estas mudanças começam por meio dela. Assim como exposto acima o primeiro motor deve ser absolutamente imóvel. Como o tempo é a passagem de potência para ato, e Deus é puro ato, logo suas ações não implicam em mudança de sua natureza. O tempo, que resulta da mudança, é ele próprio, gerado pela ação do perfeito motor imóvel, que chamamos de Deus.


4. O conceito de causalidade recíproca não explica a origem do movimento, mas a transmissão do mesmo. Portanto ainda requer uma causa primeira, que deve ser buscada fora do universo.
 
5.      A afirmação de que Deus pode ter morrido contraria a razão, pois o ser perfeito, puro ato é obrigatoriamente eterno por conceito, pois nele não há mudança. A alegação que pode ser um ser prodigioso, mas não um ser perfeito, também é refutada pelo conceito do ser Puro Ato exigido pelo argumento, pois é um ser não sujeito à mudança (passagem de potência para ato).
·        Para que existisse vários deuses eles teriam que ter qualidades que os diferenciassem, assim eles não seriam perfeitos, pois uma qualidade que um tem , o outro não tem, fazendo-os imperfeitos. Logo não pode existir mais de um ser perfeito



2-PROVA PELA CAUSALIDADE EFICIENTE
1. Há causas eficientes no mundo (i.e., causas produtoras)
2. Nada pode ser a causa eficiente de si mesmo, pois teria de ser anterior a si mesmo para causar-se.
3. Não pode haver uma regressão infinita de causas eficientes (essencialmente relacionadas), pois, a não ser que tenha havido uma primeira causa da série, não haveria causalidade na série.
4. Logo, deve haver uma Causa primeira, não causa da e eficiente, de toda causalidade eficiente no mundo.5.A essa causa da-se  nome de Deus.
ou  

1-Tudo o que se produz é produzido por outra coisa.

2- Nenhuma coisa é causa eficiente de si mesma, pois existiria antes de existir.

 3- Se procurarmos por uma causa absolutamente primeira, chegaremos a uma causa cuja EXISTÊNCIA É ETERNA (pois existe antes de todas as outras coisas), ILIMITADA (pois é capaz de produzir fazer existir o que não existia) e TRANSCENDENTE a tudo que existe, (assim de natureza diferente Não material, que podemos chamar espiritual) E PERFEITA (pois tem em si a existência).

a esse ser chamamos Deus. Ainda que se recorra a hipótese de causalidade circular, onde os elementos do universo estivessem em causalidade recíproca, isto não se refere à fonte da causalidade, mas à transmissão da causalidade. Qual é a causa da existência da matéria ou energia? Essa pergunta só tem uma resposta, Deus. Ele é o princípio de todas as coisas. Exatamente como diz a Bíblia Ver Atos 19: 22-28; Gn 1:3; Cl 1:16,17.

Objeções:
1.    Sartre afirma que um ser causado por si mesmo é impossível, pois se tudo tem causa, logo Deus tem causa, logo Deus deve ter causado sua própria existência.
2.    Se as leis causais determinam probabilidades estatísticas, ou se como Hume argumenta as conexões causais representam simples sequências observadas (hábito), ou como disse Kant “projeções da estrutura do espírito humano”, o argumento falha.
3.    Kant objetou que não se pode provar que o mundo não seja eterno.

Refutação das objeções:
1.     
·        Em primeiro lugar não é verdade que tudo tem causa. Mas sim que todo efeito tem uma causa. Deus não é efeito, mas somente causa. Se Deus tivesse causa teríamos ainda que procurar por uma causa primeira, e ele não seria Deus!! e sim a causa primeira. Todavia Deus é a causa primeira.
·        Como conseqüência Deus é um ser não causado.
2.     
·        A lei da gravidade afirma que todo corpo colocado sobre a Terra certamente cai, se não houver algo que o segure, isso não implica em probabilidade estatística. Portanto a afirmação da objeção é falsa.
·       Alguns dizem  que  Hume  nega o princípio da causalidade afirmando que o que observamos é a sucessão de fatos ou a seqüência de eventos e não o nexo causal entre eles, e assim afirmaria que a única base para as idéias ditas gerais é a crença. A Metologia Científica  se baseia em experimentos empiricamente (descobertas de patógenos causadores de doenças, por exemplo) comprovados e muitas vezes expressos em expressões matemáticas (física, química). Quanto ao que se diz respeito às probabilidades ver a resposta à 2ª objeção ao argumento Teleológico
·        A observação anterior também refuta a tese de Kant.
3.                
·        A 2ª lei da termodinâmica refuta a tese da eternidade do mundo. Ver Prova pela Entropia, abaixo.


3-PROVA PELA CONTINGÊNCIA (possibilidade e necessidade)


O argumento a partir da contingência inicia, com fato de que, pelo menos, ser(es) contingente(s)
existe(m); ou seja, um ser (ou seres) que existe(m), mas poderia(m) não existir. Um ser Necessário é aquele que existe, mas não pode não existir. O argumento se desdobra da seguinte maneira:

(1) Qualquer coisa que existe, mas que pode/pudesse não existir, precisa necessariamente de uma causa para a sua existência, já que a mera possibilidade da existência não explica a existência de algo. A mera possibilidade de algo existir não significa nada.
(2) Porém, o nada não tem a capacidade de produzir alguma coisa.
(3) Portanto, algo necessariamente existe como base para tudo que existe e que poderia
não existir. Em suma, é uma violação do princípio da causalidade dizer que um ser

contingente é capaz de explicar a sua própria existência.

  ou 

1. Há seres que começam a existir e deixam de existir (i.e., seres possíveis).
2. Nem todos os seres podem ser seres possíveis, porque o que surge só o faz por meio do que já existe. O nada não pode causar algo.
3. Logo, deve haver um Ser cuja existência é necessária (i.e., alguém que nunca foi criado e jamais deixará de ser).
4. Não pode haver regressão infinita de Seres Necessários, cada um com sua necessidade dependente de outro porque:
a. A regressão infinita de causas dependentes é impossível por causa do raciocínio no argumento da causalidade eficaz.
b. Um Ser Necessário não pode ser dependente.

5. Portanto, deve haver um primeiro Ser que é necessário em si e independente de outros para existir.

     ou

O mundo é composto de seres contingentes, isto é, seres que são, mas poderiam não ser; assim eles têm sua existência em razão de outro ser, mas se este ser também é contingente a tem também em outro. Mas não podemos prosseguir assim até o infinito. De ser em ser devemos chegar no final das contas, a um ser que tem em si mesmo a razão de sua existência, um ser necessário, e pelo qual todos os outros existem.   Já que esse ser existe por si mesmo logo ele é perfeito. A esse ser damos o nome de Deus. Exatamente como previsto na Bíblia I Co 8:6.

ou

Se existe ser contingente (como é evidente), logo algo deve ser a base de sua contingência. Pela sua própria definição, pois, um ser contingente não pode ser não-causado ou auto-causado; deve ser causado por outro. Mas todos os seres não podem se causados; um Ser deve ser o Causador. E esse ser não pode ser contingente, ou ele também seria causado. Portanto há um Ser necessário. A esse ser denomina-se "Deus". Dessa prova deduzimos a Eternidade [autoexistência] e Onipotência  de Deus (pois Deus teria criado a partir do nada)

Objeções:
1.    A noção de ser necessário exige princípio.
2.    O ser necessário pode ser o conjunto dos seres contingentes considerados como um todo ou sua lei imanente, dizer diferente disso é cometer a falácia da composição (que vê  as propriedades da totalidade como tendo as mesmas características das partes, exemplo: “um time composto dos melhores jogadores de futebol do país deve ser necessariamente o melhor do país”)
3.    Kant disse que a identificação do ser necessário é uma volta ao argumento ontológico e este é falho.
4.    O ser necessário pode ser o devir (mudança) que seria a lei universal.

Resposta às objeções:
1.     
·        Se todos os seres fossem contingentes, nada teria sido resultado desta indiferença à existência; portanto existe um ser necessário no mundo. Em outras palavras, para que exista um mundo de realidades contingentes é preciso haver uma base não contingente de sua existência. Somente uma realidade auto-existente, que contém em si mesma sua própria fonte de existir, pode constituir o último alicerce da existência de algo mais. Dessa forma, se há um último fundamento de alguma coisa, deve ser um ser necessário, e a esse ser denominamos Deus.

2.     
·        É claro que nem toda soma das partes resulta nas mesmas características do todo, porém quando se considera características imutáveis das partes o todo necessariamente terá essa característica, exemplos: um time de homens baixos terá sempre em sua composição a característica da baixa estatura. Como a contingência é característica comum a todas as partes do mundo, logo o todo é contingente. Assim a soma de seres contingentes só pode levar a conclusão que o todo é contingente, pois o todo como tal continua afetado por uma contingência radical. Isso é diferente do exemplo do time de futebol citado na objeção na tentativa da refutação pois a característica de melhor do país é mutável (depende de uma série de fatores).
·        Não existe nenhuma lei imanente que tenha em si a idéia de necessidade, e mesmo que houvesse, lei implica em ordem, inteligência, exigindo para si uma origem em Deus como será visto no argumento do planejamento inteligente (Teleológico).
3.    A existência do ser necessário foi estabelecida a posteriori (necessidade factual) e não a priori (necessidade somente lógica, mas não factual - como tenta o argumento ontológico). Assim de maneira alguma é uma volta ao argumento ontológico.
4.    O devir é a passagem de potência a ato, e isto exige um ser em ato, porque se não o devir procederia do nada, que é ilógico.

 Versão de Anselmo:
1. Algo existe, e
2. deve sua existência ao nada ou a algo.
3. O nada não pode causar algo.
4. Então, há algo que é “um” ou “muitos”.
5. Se forem “muitos”, os seres serão interdependentes para a própria existência ou dependentes de outros.
6. Eles não podem ser interdependentes para existir. Algo não pode existir por meio de um ser ao qual confere existência.
7. Logo, deve haver um ser por meio do qual todos os outros seres existem.
8. Esse ser deve existir por si mesmo.
9. Tudo o que existe por si mesmo existe no mais alto grau.
10. Logo, o Ser absolutamente perfeito existe no mais alto grau.

Versão de Alfarab:
1. Existem coisas cuja essência é diferente de sua existência. Chamadas “seres possíveis”, elas podem ser concebidas como não-existentes apesar de existirem.
2. Esses seres têm existência apenas no plano acidental, isto é, não faz parte de sua essência existir. É logicamente possível que elas jamais existissem.
3. Qualquer coisa que tenha existência acidental (e não-essencial) deve receber sua existência de outra. Já que a existência não é essencial a ela, deve haver alguma explicação para sua existência.
4. Não pode haver uma regressão infinita de causas para a existência. Já que a existência de todos os seres possíveis é recebida de outra, deve haver uma causa pela qual a existência é recebida.

5. Portanto, deve haver uma Primeira Causa de existência cuja essência e existência são idênticas. Esse é 0 Ser Necessário, e não apenas possível. A Primeira Causa não pode ser um mero ser possível (cuja essência é não existir), já que nenhum ser possível pode explicar a própria existência.
Em suma, o Ser necessário é auto- existente e portanto Atemporal e Eterno. E como criador de tudo, Onipotente.
  
ou 
1-Existem seres cuja essência é não existir, então deve haver um Ser cuja essência é existir.
2- Seres possíveis não são possíveis a não ser que haja um Ser Necessário do qual podem receber existência.
3- E já que um ser não pode dar existência a outro quando depende de outro para existir, deve haver um Ser cuja existência não lhe foi dada por outro, mas que dá existência a todos.

ou

1-Se existem seres cuja essência é não existir, deve haver um Ser cuja essência é existir, pois as coisas possíveis não são possíveis a não ser que haja um Ser Necessário. 
2-Nenhum ser passa a existir exceto se algum Ser lhe der essa existência.
 3-Já que um ser não pode dar existência a outro quando é dependente de outro para a própria existência, deve haver um primeiro Ser cuja existência não lhe foi dada por outro, mas que dá existência a todos os outros. 

Versão de Duns Scotos:
1. A existência é produzida (i.e., os seres são produzidos). Isso aprendemos por meio da experiência (pela observação dos seres produzidos), mas isso também é verdadeiro independentemente da experiência (i.e., isso se aplicaria a seres que não existem). Seria verdadeiro, mesmo se Deus não tivesse criado nada.
2. O produto é produzível, por si mesmo, ou por nada, ou por outra coisa.
3. Mas nenhum ser pode autoproduzi-se. Para causar sua própria existência, teria de existir antes da própria existência.
4. E algo não pode ser causado por nada. Isso é contraditório.
5. Logo, a existência é produzível apenas por algum ser produtivo. Somente seres podem produzir seres.
6. Não pode haver regressão infinita de seres produtivos, cada um produzindo a existência do seguinte, porque:
a. Isso é uma série de causas essencialmente relacionadas, não acidentalmente relacionadas, 1) onde a causa primária está mais próxima da perfeição que a secundária, 2) onde a causa secundária depende da primária para a própria causalidade e 3) onde a causa deve ser simultânea ao efeito.
b. A série infinita de causas essencialmente relacionada é impossível, porque: 1) se toda a série é dependente da causalidade (toda causa depende de uma causa anterior), então deve haver algo além da série responsável pela causalidade na série. 2) Se uma série infinita causasse o efeito, então haveria um número infinito de causas simultaneamente causando um único efeito. Isso é impossível. Não pode haver um número infinito real numa série, pois é sempre possível acrescentar mais um a qualquer número. 3) Sempre que há causas anteriores, deve haver uma causa principal (primária). Uma causa não estaria mais próxima do princípio que qualquer outra a não ser que haja um princípio. 4) Causas maiores estão mais próximas da perfeição que causas menores, e isso implica uma Causa perfeita à frente de todas as coisas menos que perfeitas. 5) A regressão infinita de causas implica imperfeição, já que nenhuma causa tem a capacidade de explicar as causas sucessivas. Mas a série imperfeita implica algo perfeito além da série por base da imperfeita.
7. Logo, deve haver uma primeira Causa produtiva de todos os seres produzíveis.
8. Essa Causa Primeira de todos os seres produzivéis deve ser única, porque:
a. É perfeita em conhecimento, e não pode haver dois seres que saibam tudo perfeitamente, pois um conheceria a si mesmo mais completamente que o outro o conheceria.
b. É perfeita em vontade; portanto, ama a si mesma mais completamente que ama tudo mais, o que significa que o outro infinito seria amado menos que perfeitamente.
c. É infinitamente boa, e não pode haver dois seres infinitamente bons, pois assim haveria mais que um bem infinito, e isso é impossível, já que não pode haver mais que o máximo.
71 argumento cosmológico
d. É infinita em poder. Se houvesse dois seres com poder infinito, isso significaria que haveria duas causas primárias totais do mesmo efeito, já que não pode haver duas causas que tenham causado, cada, tudo que há.
e. O infinito absoluto não pode ser excedido em perfeição, já que não pode haver um mais perfeito que o absolutamente Perfeito.
f. Não pode haver dois Seres Necessários, pois, para diferenciá-los, um teria de ter alguma perfeição da qual o outro carecesse (se não há diferença real, eles não são realmente diferentes). Mas tudo que um Ser Necessário tem, deve ter necessariamente. Então, o que não tem o que o outro tinha necessariamente não seria um Ser Necessário.

g. Vontade onipotente não pode estar em dois seres, pois então um poderia deixar impotente o que o outro deseja onipotentemente. Mesmo se concordassem em não impedir um ao outro, ainda seriam incompatíveis, pois cada um fosse a causa primária total e (direta) de qualquer coisa que concordassem em criar. Mas a Causa onipotente deve ser a Causa primária total (e direta) do que cria. A causa que concordar com o efeito que não crie diretamente seria apenas a causa indireta e, logo, não a Causa direta (onipotente) do efeito.