1- Definição do MAL
2- Deus criou o mal?
3- Deus pode agir mal?
4- Quando Deus traz juízo ele faz o mal?
5- Como surgiu o mal?
6- Há propósito no mal, mesmo que ele seja apenas permitido?
7- E o mal natural? Terremotos, furacões?
8- Por que Deus criou este mundo? sabendo que o mal seria não só possível, mas real? Como pode se atingir o melhor mundo possível?
9- Como o mal prova a existência de Deus?
1- Definição do MAL
Existe mais de um sentido para o termo mal, temos o mal moral e o mal natural
Resumindo:
O mal é o nome que damos ao resultado de uma escolha que não foi boa, uma atitude negativa, um modo de ser, etc.
O mal não é um ser, uma entidade. O mal é um resultado e também uma escolha perversa.
2- Deus criou o mal?
O mal não é um ser.
Deus não pode criar um não ser.
Deus só pode criar algo, seres, entes, isto é, criaturas.
Deus não pode criar um não ser, algo que por definição não é um ser.
Logo, Deus não pode criar o mal.
ou
Deus criou todas substâncias.
O mal não é uma substância.
Logo Deus não criou o mal
"O mal é como a ferrugem no carro ou a podridão na árvore. Não é algo por si mesmo...Só existe [é real] em outras coisas...O mal é a privação de alguma coisa que deveria estar ali. O mal não é uma substancia real, mas uma privação real nas substancias boas"" Enciclopedia de Apologética. São Paulo: Vida, p. 535
3- Deus pode agir mal?
O mal é o resultado de um escolha que não é boa e que por conseguinte causa resultados maus.
Deus é bom.
Do bom não pode vir o mal.
Logo Deus não pode fazer o mal
"O mal é a ausência do bem ...
Ele não tem existência e, assim, Deus não o criou.
Qualquer coisa que tenha existência é criada por Deus, mas Deus não criou a ausência do bem. De outra forma, teríamos de atribuir o mal a Deus." (Deus e a Cabana. Entendendo a presença divina no best-seller de William P. Young.Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009)
4- Quando Deus traz juízo ele faz o mal?
Como vimos acima Deus só age com bondade, pois não pode fazer o mal.
Ao trazer julgamento por meio da morte ou outros tipos de punições ele esta exercendo justiça, está punido o agente do mal ainda que neste caso isso possa implicar em sofrimento.
Is 45:7 Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal [calamidade]; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.
O texto acima traz pares de coisas opostas: luz-trevas, paz-calamidade. O mal moral não é o oposto de paz (shalom)
"A Bíblia é clara ao dizer que Deus é moralmente perfeito (cf. Dt 32:4; Mt 5:48), e que
lhe é impossível pecar (Hb 6:18). Ao mesmo tempo, sua absoluta justiça exige que ele puna o
pecado. Este juízo assume ambas as formas: temporal e eterna (Mt 25:41; Ap 20:11-15).
Na sua forma temporal, a execução da justiça de Deus às vezes é chamada de "mal", porque
parece ser um mal aos que estão sujeitos a ela (cf. Hb 12:11). Entretanto, a palavra hebraica
correspondente a "mal" (rá) empregada no texto nem sempre tem o sentido moral. De fato, o
contexto mostra que ela deveria ser traduzida como "calamidade" ou "desgraça", como algumas
versões o fazem (por exemplo, a BJ).
Assim, se diz que Deus é o autor do "mal" neste sentido, mas
não no sentido moral - pelo menos não de forma direta.
Além disso, há um sentido indireto no qual Deus é o autor do mal em seu sentido moral.
Deus criou seres morais com livre escolha, e a livre escolha é a origem do mal de ordem moral no
universo. Assim, em última instância Deus é responsável por fazer criaturas morais, que são
responsáveis pelo mal de ordem moral. Deus tornou o mal possível ao criar criaturas livres, mas
estas em sua liberdade fizeram com que o mal se tornasse real. E claro que a possibilidade do mal
(i.e., a livre escolha) é em si mesma uma boa coisa.
Portanto, Deus criou apenas boas coisas, uma das quais foi o poder da livre escolha, e as
criaturas morais é que produziram o mal. Entretanto, Deus é o autor de um universo moral, e neste
sentido indireto, ele, em última instância, é o autor da possibilidade do mal. É claro, Deus apenas
permitiu o mal, jamais o promoveu, e por fim irá produzir um bem maior através dele (cf. Gn 50:20;
Ap 21-22).
A relação de Deus com o mal (Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia /
Norman Geisler, Thomas Howe. São Paulo: Mundo Cristão, 1999)
5- Como surgiu o mal?
"Deus é bom, e criou criaturas boas com uma qualidade boa chamada livre-arbítrio. Infelizmente, elas usaram esse poder bom para trazer o mal ao universo ao se rebelar contra o Criador. Então o mal surgiu do bem, não direta, mas indiretamente, pelo mau uso do poder bom chamado liberdade.
A liberdade em si não é má. É bom ser livre. Mas com a liberdade vem a possibilidade do mal. Então Deus é responsável por tornar o mal possível, mas as criaturas livres são responsáveis por torná-lo real....
Os seres humanos são a causa eficiente, embora secundária, das próprias ações livres. Deus produz o fato do livre-arbítrio, mas cada ser humano realiza o ato do livre-arbítrio. Então Deus é responsável pela possibilidade do mal, mas devemos assumir a responsabilidade pela realidade dele. ...
É claro que a pessoa usa o poder do livre-arbítrio para fazer livres escolhas. Mas a pessoa não é o livre- arbítrio. Ela apenas tem livre-arbítrio. É errado dizer que sou livre-arbítrio; apenas tenho livre-arbítrio. Então, sou a causa eficiente de minhas ações, mas o poder do livre-arbítrio é 0 meio pelo qual ajo livremente.
" Enciclopedia de Apologética. São Paulo: Vida, p. 534
6- Há propósito no mal, mesmo que ele seja apenas permitido?
7.1 Deus tem um bom propósito para tudo [que faz , mas não para tudo que acontece]
Deus conhece um
propósito bom para todo o mal, mesmo que nós não o conheçamos. Só porque mentes finitas não conseguem
imaginar um bom propósito para um mal não
significa que ele não exista. Já que Deus é onisciente,
ele sabe tudo. E já que é completamente bom, tem um
bom propósito para tudo. Então, Deus realmente conhece
um bom propósito para todo o mal, apesar de
não o conhecermos:
1. O Deus completamente bom tem um bom
propósito para tudo [que faz]
2. Existem certos males para os quais não vemos
um bom propósito.
3. Logo, há um bom propósito para todo mal,
apesar de não o vermos. O fato de seres finitos não verem o propósito
de certos males não significa que este não exista.
A incapacidade de ver o propósito do mal não
refuta a benevolência de Deus; apenas revela nossa
ignorância.
O propósito de boa parte do mal é conhecido por
nós. Apesar de não sabermos tudo, sabemos algo. E 0
que sabemos é que há um bom propósito para esse
mal. Dores de advertência têm um bom propósito. Na
verdade, a habilidade de sentir dor tem um bom propósito.
Pois, se não tivéssemos o sistema nervoso, poderíamos
destruir-nos sem sequer sentir dor. E a dor
física pode ser a advertência que nos salva do desastre
moral. ... E
se nós, seres finitos, conhecemos o bom propósito de boa parte do mal, sem dúvida a mente infinita pode
conhecer o bom propósito para o resto.
7.2 O mal às vezes é subproduto do bom propósito.
Nem
todo mal específico precisa de um bom propósito.
Alguns males podem simplesmente ser o subproduto
necessário do bom propósito. ... o que é vida
para formas superiores é morte para formas inferiores.
Plantas e animais morrem para que o homem
possa ter comida para viver. Então o mal resulta indiretamente
do bem porque é a conseqüência de um
propósito bom.
Portanto, a resposta pode ser expressa
da seguinte maneira:
1. Deus tem um bom propósito para tudo que
faz.
2. Alguns bons propósitos têm subprodutos
maus.
3. Logo, alguns males são subprodutos de um
bom propósito.
Nem todo evento específico no mundo precisa ter
um bom propósito. Apenas o propósito geral precisa
ser bom. O ferreiro tem um bom propósito para martelar o ferro derretido e fazer a ferradura. Mas toda
faísca que sai tem um propósito para seu destino.
Algumas faíscas podem causar incêndios involuntários.
Da mesma forma, Deus tinha um bom
propósito para criar a água (sustentar a vida), mas
afogamentos são um dos subprodutos malignos. Assim,
nem todo afogamento específico precisa ter
um bom propósito, apesar de a criação da água em
que ele ocorreu ter tido. Muitas coisas boas seriam
perdidas se Deus não tivesse permitido que o mal
existisse. 0 fogo não queima a não ser que o ar seja
consumido. A retribuição justa não é infligida nem
a paciência é alcançada sem o mal da provação.
Isso não significa que este mundo atual seja o melhor mundo possível. Significa que Deus o fez
como a melhor maneira de atingir seu objetivo
supremo do bem maior. Talvez Deus nem sempre
tire algo bom de todo subproduto mau no mundo
decadente. Isso poderia ser verdade no âmbito físico
e moral. Como o lixo radioativo, alguns subprodutos
malignos podem resistir ao reprocessamento. Na verdade,
conforme a segunda lei da termodinâmica, o mundo físico está apodrecendo. Mas Deus tem o poder de recriá-lo (v. 2Pe 3.13). A morte do ser
humano pode ser derrotada pela ressurreição (v.
Rm 8; 1 Co 15). Nada disso é problema para o Deus onipotente." ( Enciclopedia de Apologética. Norman Geisler, São Paulo: Vida, p. 537)
Este mundo não é o melhor mundo possível, mas é o meio para o mundo ideal, o melhor mundo possível.
7- E o mal natural? Terremotos, furacões?
"O desastre natural é resultado
direto da maldição sobre a criação por causa
do pecado da humanidade (Gn 3; Rm 8). Ela não será
removida até Cristo voltar (Ap 21, 22). .... Na linguagem bíblica, o livre-arbítrio
de Adão e Eva trouxe o desastre natural a este mundo.
Além disso, o livre-arbítrio de anjos maus explica o resto do sofrimento humano.
No entanto, mesmo
ignorando essa possibilidade, que por si mesma
explicaria todo mal natural, o sofrimento físico pode
ser explicado em relação ao livre-arbítrio humano.
1. Alguns sofrimentos são causados diretamente
pelo livre-arbítrio. A escolha de abusar de meu
corpo pode causar doença.
2. Alguns sofrimentos são causados indiretamente
pelo livre-arbítrio. A escolha de ser
preguiçoso pode resultar em pobreza.
3. Alguns males físicos que afligem outros podem
resultar do nosso livre-arbítrio, como no
caso de maus tratos ao cônjuge ou aos filhos.
4. Outros sofrem indiretamente por causa do
nosso livre-arbítrio. 0 alcoolismo pode levar
à pobreza dos filhos do alcoólatra.
5. Alguns males físicos podem ser o subproduto
necessário de um bom processo. Chuva, ar
quente e ar frio são todos necessários para
alimentação e para a vida, mas um subproduto
dessas forças é o tornado.
6. Alguns males físicos podem ser a condição
necessária para alcançar o bem moral maior.
Deus usa a dor para chamar nossa atenção.
Muitos chegaram a Deus por meio do sofrimento.
7. Alguns sofrimentos físicos podem ser a condição
necessária de um bem moral maior.
Assim como diamantes são formados sob
pressão, o mesmo acontece com o caráter.
8. Alguns males físicos são o acompanhamento
necessário do mundo físico moralmente bom.
Por exemplo, é bom ter água para nadar e
passear de barco, mas uma concomitância
necessária é que também podemos afogarnos
nela. É bom ter relações sexuais para
procriação e prazer, apesar de isso possibilitar o estupro. É bom ter alimento para
comer, mas isso também possibilita a morte
por envenenamento.
A essa altura, o crítico pode perguntar por que o mundo físico é necessário. Por que Deus não criou
espíritos, que não poderiam machucar seus corpos
nem morrer? A resposta é: Deus criou; eles se chamam
anjos. O problema é que, apesar de nenhum anjo
poder morrer por envenenamento, ele também não
pode se deliciar com um churrasco. Apesar de nenhum
anjo jamais ter-se afogado, nenhum anjo jamais foi nadar
ou esquiar na água. Nenhum anjo jamais foi estuprado,
mas também nunca desfrutou do sexo ou da
bênção de ter filhos (Mt 22.30). Neste mundo físico,
simplesmente temos de aceitar o mal concomitante
com o bem.
Finalmente, é claro, os teístas cristãos acreditam
que Deus nos redimirá de todo mal físico também,
dando-nos corpos imortais e incorruptíveis. Mas, se
os recebêssemos antes de estarmos moralmente preparados
para eles, não faríamos 0 progresso moral
necessário para sermos adequados a eles."Enciclopedia de Apologética. Norman Geisler, São Paulo: Vida, p. 538
8- Por que Deus criou este mundo? sabendo que o mal seria não só possível, mas real? Como pode se atingir o melhor mundo possível?
9-Como o mal prova a existência de Deus?
http://lordisnotdead.blogspot.com.br/2015/04/argumento-moral-da-inexistencia-de-deus.html
http://lordisnotdead.blogspot.com.br/2015/04/argumento-moral-da-inexistencia-de-deus.html
Bibliografia:
http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=&t=&palavra=mal
Enciclopedia de Apologética. Norman Geisler, São Paulo: Vida, p. 534
Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia. Norman Geisler, Thomas Howe. São Paulo: Mundo Cristão, 1999