Os mundos possíveis e o mal
Argumenta-se que Deus poderia:
1) não ter criado nada;
2) ter criado um mundo não livre, repleto de robôs (autômatos ou animais sem consciência moral);
3) ter criado um mundo livre onde não poderíamos pecar;
4) ter criado um mundo livre onde poderíamos pecar, mas no qual todos aceitariam a salvação de Deus;
5) ter criado um mundo como o que temos agora — um mundo onde nós pecaríamos, alguns seriam salvos, e o restante se perderia.
A primeira opção não pode sequer ser comparada com as outras quatro porque "alguma coisa" e "nada" não possuem nada em comum. Comparar o mundo real a um não-mundo não é nem mesmo como comparar maçãs com laranjas, uma vez que ambas são frutas. É como comparar maçãs com não-maçãs, insistindo que não-maçãs têm gosto melhor. Na lógica, isso é chamado de erro de categoria. É como perguntar: "Que cor é a matemática?". A matemática não é sequer uma cor, de modo que a pergunta não faz sentido.
A segunda opção de mundo não seria um mundo moral. Seria um mundo sem o mal, mas também sem o bem moral.
A terceira e quarta opções também são falsas pois violam o princípio da não contradição: nem tudo o que é concebível pode ser alcançável tendo-se criaturas livres. Por exemplo: é concebível que eu pudesse estar roubando um banco, em vez de estar falando com você. Mas isso não é alcançável porque eu livremente optei por conversar com você. Do mesmo modo, Deus não pode forçar criaturas livres a não pecarem. E também não pode forçar as pessoas a aceitar a dádiva da Salvação. Liberdade forçada é uma contradição.
Assim a quinta opção é a verdadeira, pois a LIBERDADE ENVOLVE RISCOS:
Embora se possa admitir que este mundo não seja o melhor mundo possível, ele tem de ser a melhor maneira para se chegar ao melhor mundo moral possível, pois os outros mundos possíveis não alcançam este resultado.
Deus pode ter permitido o mal com o objetivo de derrotá-lo. A permissão do mal advém do mau uso da liberdade das criaturas livres. mundo se tornará o melhor mundo possível.
A criação do melhor mundo possível assumiu riscos parecidos com a de um casal que resolve ter filhos: As pessoas que optam por ter filhos assumem o risco da perda com o objetivo de experimentar a alegria do amor. O mesmo é verdadeiro em relação a um campeonato de futebol. Os dois times sabem que um vai perder, mas ambos estão dispostos a participar do jogo apesar do risco.
Os atributos de Deus [ver links abaixo] (amor, justiça, onipotência) por suas próprias definições e inter-relacionamento garantem que por fim o mal será contido e esse mundo se tornará o melhor mundo possível.
Deus é amor, e assim quer destruir o mal. (ver argumento Teleológico- Princípio Antrópico)
Deus é onipotente, e assim pode derrotar o mal (ver argumentos- Causa Primeira, Argumento Cosmológico, etc.) http://lordisnotdead.blogspot.com.br/2015/04/prova-pela-causa-primeira-mutabilidade.html
Deus ainda não derrotou o mal, mas pelas premissas anteriores certamente o fará
Bibliografia utilizada:
Enciclopedia de Apologética. Norman Geisler. Editora Vida.
Fundamentos Inabaláveis. Norman Geisler. Editora Vida.
Não tenho fé suficiente para ser ateu. Norman Geisler. Editora Vida.