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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Um universo que veio do nada?


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"Qualquer versão científica da criação (a ser explorada em detalhe mais adiante), inclusive essa valiosa tentativa de abordar racionalmente o problema da Primeira Causa, precisa ser formulada de acordo com princípios e leis físicas: a energia deve ser conservada; a velocidade da luz e outras constantes fundamentais da Natureza devem ter os valores corretos para garantir a viabilidade do nosso Universo. Ademais, um “nada quântico”, com sua sopa borbulhante de universos-bebês, não é exatamente o que podemos chamar de um nada absoluto. O problema é que nós, humanos, não sabemos como criar algo a partir do nada. Precisamos dos materiais; precisamos das instruções. Essa limitação torna-se evidente quando tentamos lidar com a primeira das criações, a do Universo.

Não se deixe levar por afirmações ao contrário, mesmo que usem termos inspiradores como “decaimento do vácuo quântico”, “supercordas”, “espaço-tempo com dimensões extra” ou “colisões de multibranas”: estamos longe de obter uma narrativa científica da criação capaz de ser empiricamente validada (ou seja, testada por experimentos). Mesmo se, um dia, formos capazes de construir tal teoria, ela deverá ser qualificada como uma teoria científica da criação, baseada numa série de suposições"  (Criação Imperfeita- Marcelo Gleiser, p. 23-24, 2010)


Quem criou o criador?
"Eventualmente muitas pessoas sensatas são levadas á necessidade aparente de uma Primeira Causa,...e assim supor a existência de um ser divino: um criador de tudo...No entanto, a declaração de uma Primeira Causa ainda deixa aberta a questão; "Quem criou o criador?"(p. 10-11)
Resposta:
1-Ora se a causa é Primeira, necessariamente não pode existir uma causa anterior a ela, pois neste caso ela não seria primeira!!! Esta é uma violação do Princípio da Não contradição!!, portanto uma afirmação necessariamente falsa!

2- Se o Criador DE TUDO foi criado, ele não é a primeira causa! e assim não é o criador de tudo!


Deus eterno ou Universo que teve começo?
"Afinal, qual a diferença entre argumentar em favor  de um criador de existência eterna ou de um Universo de existência eterna sem criador algum?
Resposta:
1-A diferença reside no fato que tudo que é Eterno é atemporal e o Universo começou no tempo, logo não pode ser eterno. A p. 39 do livro diz " Tendo estabelecido que o Universo teve um início  e que esse início deu em um tempo finito e mensurável o passado..."

2- O universo é contingente, existe, mas poderia não existir. Assim para existir, precisa de um Ser Necessário. 
Tudo que tem início tem causa.
Um ser auto-causado não existe, pois teria de existir para causar a sua existência, o que viola o princípio da não contradição 
Logo o universo como foi causado, não pode ser causa de si mesmo!


Ser auto-causado e regressão ao infinito
"Uma regressão infinita de uma força criativa que gera a si mesma,...está longe do que quer  que tenha dado origem ao universo. Ainda assim, a metáfora da regressão infinita pode, na verdade, estar mais próxima do processo real pelo qual o  Universo veio a existir do que um único criador poderia explicar" (Idem, p. 10)

Resposta:
1- O infinito não tem fim, e assim não pode ser percorrido. Portanto não se pode fazer uma regressão até o infinito! Mais uma violação do Princípio da não contradição!
2- Gerar a si mesmo é uma violação do Princípio da não contradição! Para gerar a si mesmo uma coisa teria de existir a fim de vir a existir!!

O nada é algo ou o nada é não ser, coisa nenhuma?
"O 'nada' , eles insistem, não é alguma coisa que eu discuto. Nada é 'não ser', ...Do mesmo modo, alguns filósofos e muitos teólogos definem e redefinem  o ''nada como nenhuma das versões que cientistas descrevem atualmente...Claramente, o ''nada' é tão físico quanto 'algo'...
Há aproximadamente um século, se alguém descrevesse o 'nada' referindo-se puramente ao espaço vazio, sem entidade material real, não teria contra argumentação. No entanto, os resultados dos últimos cem anos nos ensinaram que o espaço vazio, na verdade, está longe do nada inviolável que pressupusemos antes de saber mais sobre como a natureza funciona
Agora, críticos religiosos me dizem que não posso me referir ao espaço vazio como o nada, mas sim como um vácuo quântico, para distingui-lo do nada idealizado pelos teólogos. (idem p. 12)
Resposta:
1- O conceito antigo de nada, não ser, ausência de algo ainda é usado  por ASTRÔNOMOS veja (nada absoluto):
"Como a energia não pode ser criada a partir do nada, uma das companheiras num par partícula/antipartícula terá energia positiva e a outra energia negativa." (Uma Nova História do Tempo- Stephen Hawking)
"Ademais, um “nada quântico”, com sua sopa borbulhante de universos-bebês, não é exatamente o que podemos chamar de um nada absoluto. O problema é que nós, humanos, não sabemos como criar algo a partir do nada. Precisamos dos materiais; precisamos das instruções. Essa limitação torna-se evidente quando tentamos lidar com a primeira das criações, a do Universo.(Criação Imperfeita- Marcelo Gleiser, p. 23, 2010)
2-O conceito do nada como "sem entidade material real" não mudou!! Supunha-se que o espaço vazio dentro do universo nao tinha realmente nada. 
"seria hipócrita sugerir que esse espaço vazio que impulsiona a inflação é, na verdade,, nada. Com isso, devemos supor que o espaço existe e pode armazenar  energia.." p.162-163

3- O espaço vazio, na verdade não é vazio, é cheio de energia, na verdade não é o nada!! 
"matéria escura que permeia o espaço vazio" p.128
"energia do espaço vazio" p. 162, 148
"energia do espaço vazio ou,...energia escura" p. 95
"A versão mais simples do nada é o chamado espaço vazio...O espaço vazio pode ter uma energia diferente de zero associada a ele, mesmo na ausência de matéria e radiação..."160
"então , nós, e tudo o que é visível, resultamos de flutuações quanticas naquilo que é essencialmente o nada próximo ao início dos tempos, ou seja, durante a expansão inflacionária." p. 161
"As estruturas visíveis, como estrelas e galáxias, foram todas criadas por flutuações quânticas do nada" p. 117
"...a certeza que estamos aqui hoje devido a flutuações quanticas no que é essencialmente nada." p. 110
"todos literalmente surgimos do nada quantico" p. 110.
"...um banho de radição que esfriaria lentamente, levando a um universo frio, escuro e oco. O nada reinaria supremo" p. 168


4- Até as partículas quando se aniquilam não se transformam em nada verdadeiro, mas sim em radiação:
"Quando partículas e antipartículas se encontram, elas se aniquilam em radiação pura" p.75
Conclusão:
O autor indevidamente chama as coisas que existem de nada!!!


Porque existe algo em vez do nada?
"...o próprio significado das palavras mudou tanto que a sentença perdeu muito de seu sentido original"154
resposta:
1- como vimos acima o significado de nada como sendo não existencia, ausencia de algo, ainda permanece!


Dicionário Priberam

na·da (latim [resnatacoisa nascida)
pronome indefinido
1. Coisa nenhuma (ex.: estava escuro e não vi nadanada lhe despertou a atenção). ≠ TUDO
substantivo masculino
2. O que não existeo .não ser.
3. [Por extensão]  Pouca coisa (ex.: viu a sua importância ser reduzida a um nada). = BAGATELA
4. [Figurado]  Fragilidade.
advérbio
5. Expressa negaçãode modo nenhum. = NÃO


"nada", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/DLPO/nada [consultado em 09-06-2016].

Dicionário Michaelis
nada 
na.da 
pron (lat nata) Nenhuma coisa. sm 1 A não existência; o não existente. 2 Coisa nenhuma. 3 Nenhum valor. 4 Coisa vã, nula. 5 Alguma coisa; um pouco. 6Bagatela, nonada. adv 1 De modo nenhum; não. 2 Usa-se às vezes com a partícula não, para reforçar uma negativa. Nada de: o mesmo que nada mais de. Nada mais!: interjeição com que se ordena ao homem do leme que conserve o navio no rumo em que está. Nada mais de: diz-se quando não convém, não é bom, não se deve: Nada mais de pensar em política. Não ser nada de: não ter parentesco algum com (alguém). Um nada: quantidade mínima de.



"Segundo algumas teorias modernas que lidam com a origem do espaço, do tempo e da matéria, existe um “nada quântico”, uma entidade de onde universos-bebês podem surgir ocasionalmente chamada de “multiverso” ou “megaverso”. Em algumas versões, esse multiverso é eterno e, portanto, não criado: o multiverso dispensa a Primeira Causa.

Dessa existência cósmica atemporal, flutuações de energia a partir do
“nada” ocorrem aleatoriamente, dando origem a pequenas bolhas de
espaço, os universos-bebês. A maioria dessas flutuações desaparece, retornando à sopa quântica de onde vieram. Raramente algumas crescem.
Um equilíbrio entre a força da gravidade e a energia armazenada no
espaço permite que os universos-bebês surjam sem qualquer custo de
energia. Ou seja, é possível, ao menos em tese, criar um universo a partir do nada: creatio ex nihilo. O tempo inicia a sua marcha quando a bolha cósmica sobrevive e começa a evoluir, isto é, quando existem mudanças que podem ser quantificadas. Se nada muda, o tempo é desnecessário.
As teorias que invocam o multiverso propõem que existimos numa
dessas bolhas que conseguiu desprender-se da sopa primordial e crescer, produto de uma flutuação energética tão aleatória quanto as que causam partículas a serem ejetadas de núcleos radioativos. Nossa bolha, nosso Universo com “U” maiúsculo (para diferenciar de universos hipotéticos ou de partes do universo além dos nossos telescópios e instrumentos de observação), aparentemente tem a rara distinção de haver existido por tempo suficiente para que a matéria em seu interior tenha se organizado em galáxias, estrelas e pessoas: segundo essas teorias da cosmologia moderna, somos resultado do nascimento deveras improvável de um cosmo que, por ter as propriedades certas, foi capaz de evoluir a ponto de gerar criaturas capazes de se perguntar sobre suas próprias origens. Certamente, essa visão científica é um tanto distante da criação premeditada e sobrenatural retratada no Gênese. Mas será que ela é, de fato, capaz de abordar a questão da origem de todas as coisas?
Qualquer versão científica da criação (a ser explorada em detalhe
mais adiante), inclusive essa valiosa tentativa de abordar racionalmente o problema da Primeira Causa, precisa ser formulada de acordo com princípios e leis físicas: a energia deve ser conservada; a velocidade da luz e outras constantes fundamentais da Natureza devem ter os valores corretos para garantir a viabilidade do nosso Universo. Ademais, um “nada quântico”, com sua sopa borbulhante de universos-bebês, não é exatamente o que podemos chamar de um nada absoluto. O problema é que nós, humanos, não sabemos como criar algo a partir do nada. Precisamos dos materiais; precisamos das instruções. Essa limitação torna- se evidente quando tentamos lidar com a primeira das criações, a do Universo. Não se deixe levar por afirmações ao contrário, mesmo que usem termos inspiradores como “decaimento do vácuo quântico”, “supercordas”, “espaço-tempo com dimensões extra” ou “colisões de multibranas”: estamos longe de obter uma narrativa científica da criação capaz de ser empiricamente validada (ou seja, testada por experimentos).Mesmo se, um dia, formos capazes de construir tal teoria, ela
deverá ser qualificada como uma teoria científica da criação, baseada
numa série de suposições.
(Criação Imperfeita- Marcelo Gleiser, p. 22-24, 2010)

O multiverso elimina Deus.
"...A possibilidade de o universo ser apenas um de um grande conjunto, possivelmente infinito...abre uma nova compreensão de nossa existência" p. 186
"em um multiverso de qualquer tipo, poderia haver um número infinito de regiões, potencial e infinitamente grandes ou infinitesimalmente pequenas, nas quais não existe 'nada', assim como poderia haver regiões onde há 'algo'. Nesse caso, a resposta quanto ao porquê de existir algo em vez do nada se torna quase banal apenas porque, se não existisse nada, não nos encontraríamos vivendo aqui!" p. 188
"Mas se o o Universo não é unico, e faz parte de um mutiverso vasto e possivelmente infinito...existe uma série de escolhas para a existência...pode ser que exista um conjunto infinito de combinações diferentes de leis e variedades de partículas e substancias e forças e até mesmo Universos distintos que podem surgir em tal multiverso. Ou pode ser que apenas uma combinação muita restrita, que resulta no Universo do tipo em que vivemos ou em um muito parecido, seja capaz de suportar a evolução dos seres que podem fazer uma pergunta como essa." p. 195
Resposta:
1- Não existe prova do multiverso.
2- Ele é apenas especulação
3- Ele não pode ser testado
4- Ele não descarta Deus